61 anos de TV no Brasil e seis décadas de telenovelas

*Por Wander Veroni 

São mais de seis décadas de intensa produção na “fábrica de sonhos”. Nela, o brasileiro já se emocionou e se informou. Neste domingo, dia 18 de setembro, a TV brasileira comemora 61 anos de vida. Na primeira transmissão, na época da saudosa TV Tupi, o empresário Assis Chateaubriand espalhou 200 televisores em diversos pontos da cidade de São Paulo. Hoje, com a popularização da mídia Televisão, esse cenário já não é mais o mesmo. Segundo o último censo do IBGE, de 2010, o Brasil possui mais de 193 milhões de pessoas, sendo que, até 2009, 95,7% dos domicílios declaram ter um aparelho de TV em casa.

Esse número mostra a força que esse veículo ainda possui na sociedade, mesmo com o crescimento da internet e da multiplicidade de opções midiáticas que é possível através do celular e tablet. Só a título de curiosidade, em 2010 o país registrou 9.768.993 domicílios com TV Paga, o que indica um crescimento de 30,7% no ano. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que o Serviço de TV por Assinatura alcança mais de 32,2 milhões de brasileiros.

Mesmo ainda sendo o principal veículo de mídia eletrônica, tanto de faturamento, quanto de visibilidade, aos 61 anos, a TV brasileira está querendo se reencontrar. Numa incansável tentativa de seduzir a Nova Classe C, a Televisão – tanto a Aberta, quanto a Paga, está apostando mais nos formatos estrangeiros e valorizando cada vez menos a oportunidade de criar produções originais e personalizadas.

A justificativa é  que fazer TV é algo caro, e não pode errar. O caminho mais fácil foi apostar em produtos consagrados lá fora. Mas, até quando essa possível solução irá resolver o problema? Outro possível caminho da TV no Brasil é se integrar, cada vez mais, com outras plataformas e apostando no lado transmídia e crossmídia dos seus produtos.

Nesses anos todos, a TV brasileira pode se orgulhar de ter construído uma história única em dois pilares: as telenovelas e o telejornalismo. Ambos inspirados em modelos estrangeiros, cada um, a sua maneira, conseguiu ganhar linguagem própria e, desse modo, ganhar o carinho do público. Em 21 de dezembro de 1951, a TV brasileira comemora 60 anos de telenovelas. Em função disso, a Globo escalou o ramake de “O Astro”, de Janete Clair e adaptada por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, criando uma nova faixa das 23h, para a novela que terá cerca de 80 capítulos.

De “Sua Vida Me Pertence” à “Fina Estampa”, do “Repórter Esso” ao “Jornal Nacional”, o brasileiro já se encantou por muitas histórias que ganharam brilho e o seu devido destaque na telinha mais comentada do país. O fato é que o ano de 2011 marca uma nova postura dos diretores e donos de televisão de encarar a internet como parceira, arriscando novas possibilidades de negócios e produções. A Televisão no Brasil está passando por um processo intenso de transição. Para aonde vai, só o tempo dirá. No mais, parabéns pelos 61 anos! Realmente, a fábrica de sonhos não pára.

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*Autor: Wander Veroni, 26 anos, é jornalista pós-graduado em Rádio e TV e especializado em mídias sociais. É autor do blog Café com Notícias (http://cafecomnoticias.blogspot.com). Twitter: @wanderveroni / @cafecnoticias.

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