A Dama de Ferro só é interessante por dois únicos motivos
7 de fevereiro de 2012Enquanto via esse longa, um dos fortes concorrentes ao Oscar, me perguntava qual seria a opinião de alguém que desconheça Margareth Tatcher e Meryl Streep.
Certamente acharia essa produção extremamente boring. Eu contava os segundo para que terminasse logo.
Não que seja extremamente ruim, Tatcher, a “dama de ferro”, tem uma trajetória interessantíssima, entretanto, a abordagem política ficou devendo. Não sei, parece que quiseram contar tudo num produto cujo tempo é limitado e o excesso de informação acabou deixando esse, que é o principal legado dela, menos atrativo que sua vida pessoal.
Sim, o filme só não é dispensável porque conseguiram um tom interessante na abordagem dos conflitos gerados por Margareth ao se focar mais na política que na família e, depois, os lapsos de memória e o fato de dialogar com o marido morto.
Achei fantástica a reação dessa poderosa mulher quando tentaram tirar a vida do casal e, depois, quando ela ligou tudo o que viu pela frente para se libertar do passado.
Bom, eu disse que são dois os motivos. Se um é o lado pessoal de Tatcher, o outro…
Cadê Meryl Streep em A Dama de Ferro? Ela não existe e saiu de cena exatamente porque a atriz viveu um dos melhores papéis de sua carreira e nem o olhar era dela. A gente olha pra telona e vê Margareth. É impressionante, incrível… perfeito!
E aí que, no final das contas, acredito que A Dama de Ferro funcionaria mais como minissérie. Teriam tempo suficiente para contar a trajetória política dessa que foi uma das mulheres que mais se destacaram em todo o mundo e não ficaria essa coisa jogada, uma vontade louca de registrar tudo de forma condensada.
É nesse ponto que alguns roteiristas erram, como no caso de O Código Da Vinci, por exemplo.
Pra que querer contar tudo nos mínimos detalhes ao invés de fazer um roteiro diferente, ágil e contando somente com os fatos realmente indispensáveis?
Eu ainda pretendo ver outros longas indicados, não sei se todos. Mas, entre A Dama de Ferro e Albert Nobbs – que não concorrem -, fico com o segundo, pela originalidade.
Entretanto, contudo e todavia, sinto por Glenn… mas certeza que a estatueta, por merecimento, novamente é de Meryl. Atriz com A maiúsculo.