Falta investimento em bom atendimento na TV Paga e nas Operadoras de Internet

*Por Wander Veroni 
O crescimento da TV Paga no Brasil, em números, é impressionante. E isso se deve, em especial, ao crescimento da Nova Classe C que mudou os hábitos de consumo e movimentou o mercado. Em setembro deste ano, o país chegou a quase 11,9 milhões de domicílios com TV Paga, totalizando 258,5 mil novos assinantes. Em apenas um ano foram 2,1 milhões de novos assinantes, contabilizando um crescimento de 21,7%, segundo a Anatel.

Com maior poder de compra, a Nova Classe C, investiu não só na TV Paga, mas também em provedor de internet, com o intuito de trazer maior qualidade de vida para si. Esta semana, uma pesquisa divulgada no seminário MediaOn, em São Paulo, revelou que o Brasil já é a sétima maior audiência de internet, prestes a bater a Índia. De acordo com a pesquisa, a classe C é responsável por metade dos domicílios com banda larga e 56% do total de residências com internet.
O que isso quer dizer? Com o aumento da procura e da oferta, nem sempre a aquisição desse produto/serviço é satisfatória. Enquanto alguns países adotam o modelo mínimo de “self service” na compra de canais para um pacote – além da opção de canais avulsos; aqui no Brasil, o assinante de TV Paga assina um pacote com um número elevado de canais (previamente já escolhidos pela empresa) que qualquer um – em sã consciência, jamais conseguirá assisti-los. Não seria mais lógico comprar apenas os canais que você realmente quer assistir?
Nunca entendi essa conta de comprar algo que você não vai usar (ou não quer). Cabe aos canais da TV Paga investirem em programação de qualidade e atrair os seus assinantes, porque não? Fora que é o cúmulo do desrespeito um canal de TV Paga eliminar uma faixa de programação para exibir televendas e religiosos. Fala sério!
Tudo bem que hoje, com a popularização dos preços das operadoras, cujos valores são a partir de R$ 39,90, mais e mais pessoas tem acesso não só a TV Paga, mas também à internet banda larga residencial. Por conta disso, creio que já passou da hora dos consumidores também questionarem não só o valor, mas a qualidade do serviço.
Eu, por exemplo, não me interesso pelo modelo atual de venda da TV Paga no Brasil. E não é pelo preço, mas sim pela quantidade absurda de canais que serei obrigado a assinar. Não acho isso justo. Se você está pagando por algo, tem o direito de escolher o que quer….é o lógico! Conheço várias pessoas que só assinam TV Paga por causa dos campeonatos esportivos ou pelo paper view do Big Brother Brasil, e nem assistem os outros canais.
Foi-se o tempo em que a gente assinava a TV Paga para ter acesso a filmes, séries e documentários. Com a internet, é possível baixar esse conteúdo ou assistir on demand – muitas vezes na mesma semana de lançamento dos Estados Unidos ou países europeus.
Há cinco anos sou assinante de uma grande operadora de internet brasileira, veiculado a uma importante cia telefônica mineira. Não vou falar o nome para evitar aborrecimentos no futuro. Até dois anos atrás, não tinha o que reclamar. Mas, de uns tempos para cá, a desculpa de “manutenção na região” e a grosseria dos atendentes de telemarketing tem me feito questionar se quero mesmo continuar com o serviço ou se mudarei de operadora – inclusive de celular.
Ainda estou avaliando as possibilidades de operadoras. E a impressão, a grosso modo, é que todas são “farinha do mesmo saco”. O que está faltando tanto na TV Paga, quanto nas operadoras de internet, é investimento em atendimento e bom senso. Com preços cada vez mais baixos e atrativos, a credibilidade da empresa será o principal diferencial do mercado. Quem será que vai acordar primeiro?
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*Autor: Wander Veroni, 26 anos, é jornalista pós-graduado em Rádio e TV e especializado em mídias sociais. É autor do blog Café com Notícias (http://cafecomnoticias.blogspot.com). Twitter: @wanderveroni / @cafecnoticias.

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