Nas últimas semanas quem se liga em jornalismo tem prestado muita atenção quanto ao que acontece na Record News. Não necessariamente por seu trabalho em si mas pelas mudanças que aconteceram em seu quadro de funcionários e em sua programação, com a estreia do “Jornal da Record News”.
Ok, esqueça a ideia de um nome original. Tenha em mente que suas promessas eram embaladas por expectativas quanto ao nome de Heródoto Barbeiro em seu elenco e também pela ideia de um novo formato. E a expectativa não partia somente do público mais interessado em informação, mas principalmente da própria cúpula da emissora, empenhada em fazer o investimento em sua criação valer a pena e em tornar-se o canal de notícias mais importante do país.
A estreia do Jornal da Record News aconteceu na segunda-feira, 23 de maio, com grandes honras e divulgação. E quer saber? Vale a pena.
Isso mesmo. Por mais que eu tenha o meu “pé atrás” com relação a linha editorial da Record – e vá por mim, pois motivos não me faltam – devo dizer que gostei do telejornal. Aliás, gostei muito! Já sou fã do trabalho do Heródoto, desde seus livros, além de ter acompanhado seu trabalho na TV Cultura, e vê-lo como o rosto de um projeto como esses foi gratificante.
Ainda há um quê de nervosismo em suas palavras, mas é algo que sua companheira Thalita Oliveira consegue suplantar com incrível naturalidade. Tudo bem, nervosismo é coisa de estreia, fruto do ao vivo, e de qualquer modo o plano ainda é manter a sisudez longe, mantendo porém a credibilidade. O melhor é a possibilidade aberta pelo seu modo transmídia. É muito interessante ter acesso a ele na internet, fazendo com que o internauta possa ter possibilidades especiais de interação e também da ideia de ter colunistas durante a semana para debater os mais diversos assuntos que dificilmente estariam em voga em um telejornal comum. É um jornalismo muito interessante de acompanhar, muito mais parecido com os sonhos e planos de quem está em uma faculdade de comunicação.
De qualquer modo pode ser sinal de algo mais no ar. Seria esse um teste para que algo possa mudar na Record? Ok, duvido: acho que sua linha editorial vai permanecer no mesmo formato no qual é preciso pensar duas ou três vezes para levar a sério, mas também não custa pensar nas possibilidades e sonhar alto, não é?
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* Perfil: Emanuelle Najjar – Jornalista, formada pela FATEA em 2008, pesquisadora da área de telenovelas. Editora do Limão em Limonada (limaoemlimonada.com.br)