O dia em que as crianças já foram felizes na TV

Acho que qualquer pessoa que tenha conferido a programação televisiva infantil há dez anos – ou mais – quando senta em frente ao televisor e estabelece uma comparação com o que é visto hoje se sente frustrado.

Tirando o Cocóricó, que ainda é produzido pela TV Cultura, desconheço um bom programa destinado a esse segmento.

Também não se encontra mais aquela ingenuidade que era comum tanto na telinha quanto no telespectador que estava em sua casa vibrando com Xuxa, TV Colosso e cia.

Mas desejar que atrações como as citadas ou Bozo, Castelo Rá-tim-bum e tantos outros voltem é sonhar com o impossível. O público de hoje em dia evoluiu e as crianças meio que já nascem querendo coisas mais adultas.

Xuxa, por exemplo, segue fazendo sucesso com seus DVD´s do projeto Só Para Baixinhos, no entanto, atinge um público limitado: com dez anos uma criança já deve estar curtindo um Rebolation da vida.

E onde eu quero chegar?

As pessoas mudaram, tem gostos diferentes, entretanto a TV não soube evoluir junto com esse público, afinal, há quanto tempo não vemos na TV um programa infantil realmente bom e que agrade não somente as crianças? Sim, pois os clássicos da programação infantil, aqueles que deixam saudade, nunca foram destinados a um grupo específico e se eram rompiam essa barreira.

Músicas do Balão, Trem da Alegria e até mesmo Xuxa estão na ponta da língua de diversas gerações. E o que se canta hoje? Que música consegue cativar todo mundo como ocorria antes? O Rebolation?

O mesmo posso afirmar sobre brinquedos ou brincadeiras: daqui dez anos, a geração atual irá se lembrar de que? Difícil, hein?

Acho, acima de tudo, que quem viveu o antes e pode estabelecer essa comparação compartilha da mesma tristeza pelo que essa geração perde, além de ser saudosista e se emocionar sempre que revê algo na TV ou na internet, através do YouTube e cia bela.

E se hoje a situação é essa é bom nem pensar no amanhã.

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