O Livro do Boni: As idas e vindas de Chacrinha
19 de fevereiro de 2012 0 Por Endrigo AnnystonPercebi que teria que comentar O Livro do Boni em partes para não deixar passar batido detalhes importantes e interessantíssimos da história da TV brasileira, especialmente porque Boni dedicou capítulos especiais à algumas estrelas e fatos.
Sobre Dercy, por exemplo, ele relatou tudo o que vimos na minissérie, além de ele ter retribuído o carro que ela lhe deu quando roubaram seu fusca. Ele soube por Decimar que a mãe frequentava a casa de amigas e bingos utilizando um táxi.
Disse ainda que até perto dos cem anos ela lhe enviava frequentemente a famosa “carne de panela da Dercy”.
Na sequência o tema foi Chacrinha. Pude entender os motivos do afastamento do comunicador da Globo. Ele assinou prometendo menos polêmicas porque já naquela época a Globo queria apostar em qualidade e, de cara, o cara entra no ar com um concurso dos cães mais pulguentos do Brasil. Empesteou toda a emissora.
Acabou aceitando os conselhos do Boni e resolveu dar uma virada na atração, conseguiu. Ampliou os índices.
Tudo ia muito bem até que a forte concorrência com Flavio Cavalcante fez com que os dois descessem terrivelmente o nível.
Pais de santo, sequestro de convidados, armação sobre suicídio…
E foi com essa armação que Chacrinha, com o depoimento do ator “suicida”, feriu a credibilidade do concorrente.
Foi aí que Boni exigiu que agora deveriam retomar a qualidade, afinal, tinha dado certo.
Só que o apresentador achou que Boni estava se interferindo demais, se estranharam. Pirracento Chacrinha começou a entregar o horário com atraso, ultrapassando limites.
Boni acabou tirando-o do ar, já que não entregava o horário e, bem, isso significou o fim do casamento de Chacrinha com a Globo.
Foi para a Tupi, mas a audiência não foi a mesma.
Nas quartas a Globo o substituiu pelo Globo de Ouro e Kung Fu, e se manteve líder.
Chacrinha fazia a esposa anotar tudo o que estava passando na Globo e ele, incredúlo, dizia não saber como concorrer com atrações diferentes da dele.
E foi Dona Florinda que, com seus almoços especiais, conseguiu reaproximar Boni e Chacrinha. O resultado foi que ele ficou na emissora por mais dez anos, nas tardes de sábado.
Ahhh, detalhe importante: com a saída de Abelardo Barbosa dos domingos nasceu o Fantástico.