Ponto de Vista: Na TV é o público quem manda e ponto
8 de maio de 2010Faz 10 anos que escrevo sobre televisão para a internet e ainda hoje tento decifrar como funciona a mente dos administradores de uma rede de TV. Tem coisas que nós daqui do outro lado apostamos que vai ser um fiasco retumbante e ainda assim eles levam ao ar, acreditando que irá acontecer o contrário.
E raras vezes erramos.
Tempos Modernos, por exemplo, já não me desceu quando surgiram com o nome Bom Dia Frankstein. Nada contra fazer algo diferente, mas novela é novela e nós queremos n-o-v-e-l-a.
Pode sim existir o diferente, porém tramas como as de Tempos Modernos, Os Mutantes e Bang Bang funcionariam muito mais como série que como telenovela.
Dá pra contar nos dedos quantos folhetins com formato diferente caíram no gosto do povo. Vamp, Que Rei Sou Eu? e algumas outras fizeram diferença, mas, vamos combinar? Além de diferentes, tinham história.
Tá, eu citei Os Mutantes e esse foi sim um fenômeno de audiência em se tratando de Record, mas Tiago Santiago, o autor da saga, não é um bom roteirista. Tanto que sua artimanha é chamar o povão na base da violência gratuita. Fez isso na Record, o canal dos “urubus de primeira”, e agora tenta colocar “adrenalina” em Uma Rosa Com Amor.
E é nesse ponto que me aplaudo a atitude da Globo: por pior que seja a audiência de um folhetim, existe sim a interferência do público para tentar uma melhora nos índices, mas jamais com apelação barata e sem sentido, apenas para dizer que foi um sucesso.
Sucesso qualquer um faz, algo realmente bom é para poucos.
* por Endrigo Annyston