Notícias dão conta de que mudarão os rumos de Salve Jorge para tentar elevar a audiência da trama. Acredito em uma reação, mas a audiência marcada até aqui já prejudica a média o que pode fazer com que a atual novela não alcance os mesmos índices de Fina Estampa e Avenida Brasil.
O setor responsável por aprovar sinopses na Globo errou e muito ao aprovar Salve Jorge. Será que só agora com a novela no ar é que perceberam que ela tem elementos que lembram O clone e Caminho das Índias? E com um grande agravante a Índia em Caminho das Índias era até aceita porque os protagonistas estavam lá. A cultura daquele país interferia na história deles. Já em Salve Jorge a Turquia parece uma coisa inútil, mais uma grande propaganda de agencia de viagens, principalmente a parte em que é mostrada a Capadócia com seus costumes e linguagens enjoativas, que ao invés de chamar atenção do telespectador o afasta. Capítulos atrás foi mostrado um casamento que durou um tempo enorme. O casamento foi igual aqueles que aconteciam em Caminho das Índias, de personagens que não tem importância quase nenhuma para novela. Deu sono.
Não é só isso, como puderam permitir uma novela com cerca de 80 personagens sabendo que sua antecessora tinha por volta da metade disso e era uma história muito ágil? Em uma emissora tão experiente deveriam saber que não daria certo. A Turquia é um dos problemas, mas há outros. O Alemão da novela deve ser mais populoso que o real. Ali dá para cortar cinquenta por cento dos personagens tranquilamente.
O núcleo da querida Nicete Bruno é completamente fora de contexto e não tem nada a ver com o núcleo central. Por aí vai e como disse nossa colega do Cena Aberta: Mônica Monte de Souza, para cada ator que pede emprego para Glória Perez ela cria um núcleo e é a mais pura verdade. Basta ver o caso da Letícia Spiller, a personagem tem: marido, filha, sogra e sogro. Ou seja, são muitos personagens na novela e assim fica difícil para o grande público se envolver com eles. Além desse detalhe o grande número de personagens ainda funciona como um freio para o ritmo da trama.
Mas Glória Perez, assim como o Walcyr Carrasco, costuma conseguir mexer em suas histórias e dar a volta por cima. Já aconteceu com América e até com Caminho das Índias, que terminou com índices expressivos. Salve Jorge tem suas qualidades: um par romântico harmônico e com química formado por Rodrigo Lombardi e Nanda Costa, coisa que até as últimas duas novelas de sucesso das 9 não conseguiram.
Além desse fator conta com um tema central forte: o tráfico de pessoas, precisamente de crianças e de mulheres. Um assunto instigante e que tem tudo para chamar atenção, basta a autora por a trama nos trilhos e conduzir bem o tema, que aliás é um grande acerto de Glória Perez, pois abre os olhos das autoridades de possíveis vítimas para um assunto que até então não tinha muita repercussão. Salve Glória!
Há tempo para uma reação como já disse, mas é preciso agir rápido se não Salve Jorge corre o risco de entrar para a lista das novelas fracassadas, pelo menos em termos de audiência. Fico por aqui, um abraço a todos e até a próxima.
* Gilmar Moraes