“Muitas reviravoltas e surpresas”, promete Aguinaldo Silva sobre reta final de “Império”

Aguinaldo Silva é um dos maiores autores de telenovelas do país, responsável por diversos clássicos e colecionador de sucessos. Atualmente, assina “Império”, trama das 21h que supera a audiência de “Em Família” — folhetim que antecedeu sua novela e que conquistou o pior resultado do horário — mesmo tendo enfrentado os horários político e de verão, festas de final de ano e Carnaval.
A produção caiu no gosto do povo com muito humor e vilões que certamente ficarão marcados na memória dos telespectadores. E foi uma tentativa audaciosa do veterano a responsável por manter a personagem Cora, um dos principais destaques da história, na ativa: Drica Moraes precisou sair de cena e foi substituída por Marjorie Estiano, que havia vivido a megera na primeira fase de “Império”.
Mas Silva garante, após muita polêmica, que Cora, atualmente morta, não foi rejuvenescida. Em entrevista exclusiva concedida ao RD1, ele afirma que não existia uma alternativa para caso o público rejeitasse a troca: “Não tinha um plano B, mas eu sabia que a Marjorie, com o seu talento incrível, faria um excelente trabalho.”
Confira a íntegra da conversa:
RD1 – Mesmo enfrentando o Horário Político e o Eleitoral, além das festas de final de ano e Carnaval, “Império” superou a antecessora. Como descreve sua alegria por novamente ter resultados expressivos com uma novela?
Aguinaldo Silva – Eu estou muito feliz com a repercussão de “Império”! Me dedico muito aos meus trabalhos e procuro fazer o melhor que posso. É maravilhoso ver a repercussão dos telespectadores e saber que a novela está na boca das pessoas.
RD1 – Uma prática atual entre novelistas é assistir às suas telenovelas juntamente com os internautas. Já mudou alguma coisa em suas histórias por conta do respaldo que tem do público? Tem algum exemplo que tenha acontecido em “Império”?
Aguinaldo Silva – Sou um autor que procuro manter um relacionamento bem próximo com os internautas, inclusive já fiz algumas enquetes no meu blog para ouvi-los. Porém, não costumo mudar os rumos das minhas histórias somente por conta das opiniões do público. Como novela é uma obra aberta, a história pode sofrer algumas alterações por diversos motivos, não é mesmo? Não tenho nenhum exemplo específico em “Império”.
RD1 – Na comparação com “Fina Estampa”, os comentários são mais positivos, negativos ou a vibração é a mesma?
Aguinaldo Silva – É difícil mensurar isso! Não temos a fórmula do sucesso, então comentários positivos e negativos surgem em qualquer produção.
RD1 – Você sempre cria tipos populares como Crô e Xana. Quando começa a escrever uma obra, tem como meta pensar em um personagem que possa cair nas graças de quem assiste ou é consequência/coincidência?
Aguinaldo Silva – Acredito que seja uma consequência. Não crio minhas histórias pensando “nisso” ou “naquilo”. Acredito no personagem como ele é, com seus defeitos e qualidades, mas se ele vai cair no gosto do público ou não é outra história.
RD1 – O Zé Alfredo é quase todo errado, apesar de suas atitudes dignas e de ser rigoroso com os filhos, mas ainda assim tem uma legião de fãs. É uma linha tênue que separa esse ‘mocinho’ dos vilões, não? Ou Zé realmente está no mesmo nível de Maria Marta, Cora e Maurílio?
Aguinaldo Silva – Sempre digo que o José Alfredo é um verdadeiro anti-herói. Ele não é ruim, mas também não é bom. Ele não é o vilão, mas também não é mocinho. Ele é gente como a gente, erra e acerta o tempo todo. Acho que é por isso que os telespectadores gostam tanto dele.
RD1 – A novela gera diversas discussões polêmicas, como o direito a se guardar no armário, a tentativa de adoção por um homem que se veste como mulher e a homofobia, dentre outras coisas. Por ainda termos que discutir esses assuntos é que o ‘beijo gay’ gera tantos prós e contras?
Aguinaldo Silva – A dramaturgia nada mais é que um reflexo da sociedade. As questões que estão ali, também acontecem aqui fora. Minha ideia não é criar polêmica, e sim uma reflexão.
RD1 – Paulo Vilhena tem sido muito elogiado e Domingos Salvador é tido como um divisor de águas em sua carreira. Foi surpreendido ou Salvador está retratado como havia imaginado?
Aguinaldo Silva – Salvador está sendo retratado como tinha imaginado. A atuação do Paulo Vilhena está incrível!
RD1 – O público assimilou a troca de Drica Moraes por Marjorie Estiano. Existia um plano B para caso o ‘rejuvenescimento’ de Cora fosse rejeitado?
Aguinaldo Silva – Na verdade, Cora não foi ‘rejuvenescida’. Uma atriz precisou ser substituída por outra. Não tinha um plano B, mas eu sabia que a Marjorie, com o seu talento incrível, faria um excelente trabalho.
RD1 – O que ainda podemos esperar de “Império” nesta reta final?
Aguinaldo Silva – Muitas reviravoltas e surpresas! “Império” ainda tem muito o que mostrar.
RD1 – O Viva está reprisando um grande sucesso, “Pedra Sobre Pedra”. Pensa em um dia reescrever tramas ou gostaria de ver remakes de suas obras assinados por outros profissionais?
Aguinaldo Silva – Pode ser uma ideia interessante, mas gosto de escrever novas histórias.
RD1 – Tem notícias sobre “Doctor Pri”? A série sairá do papel neste ano com Lilia Cabral como protagonista?
Aguinaldo Silva – No momento, só tenho cabeça para os últimos capítulos de “Império” (risos).

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